28 outubro 2011

Cacetes, italianos e caralhotas ou a escandaleira na panificação.

Confesso que a indústria da panificação nunca me interessou. Até há poucos dias.
Mal comparada, é como o mundo da moda, da decoração ou o das plantas, que já abordei aqui e aqui. É que eu nunca sei, nem me interessam, as designações associadas.
Para terem uma ideia, quando compro pão avulso o nível da conversa nunca vai para além de:
- Queria cinco daqueles da segunda prateleira.
E o funcionário:
- Vianas ou Muletes?
E eu:
- Dos redondos e também quatro daqueles do canto.
E a resposta:
- Cacetes ou italianos? Olhe que os italianos estão mais fofinhos, os cacetes hoje saíram mais rijos.
E eu:
- Dê-me então antes quatro papo-secos.
E ele:
- Já não confeccionamos!
Enfim! Uma nulidade de conteúdos porque as únicas designações de pães que conhecia eram o papo-seco e o cacete. O papo-seco caiu em desuso, por força das misturas de todo o tipo de farinhas e eu nunca pronuncio nem peço “cacetes” pois a resposta será invariavelmente: “Dos grandes ou dos pequenos?” e eu, francamente, não sou cá desses.
E lá seguia eu na minha vidinha sossegado, suportando o tabu de nunca dizer “cacete” associado a algo comestível, quando esbarrei com… “As caralhotas”.


Como devem calcular já comprei uma máquina de fazer pão em casa, para evitar mais embaraços ao balcão, e fui pesquisar o que raio são “As caralhotas”.
Está tudo neste artigo hilariante do qual transcrevo as partes mais censuráveis, como não podia deixar de ser.
“(…) Mais tarde, foi a sogra que lhe ensinou os segredos das caralhotas. E hoje, aos 57 anos, não tem dúvidas quando afirma que é “uma artista” (…). Já passaram três décadas desde que começou a cozer caralhotas. Primeiro por necessidade, agora por paixão”.
“Mas o segredo está na forma como se bate a massa. Tem de ser num alguidar (…), sempre a bater até pingar o suor. Até a massa fazer bolhas”, diz Emília Caldeira.”
“É um pão (…) que deixa as pessoas satisfeitas. Não é como os papo-secos de agora, que são muito fraquinhos. As caralhotas (…) são muito saborosas.”

E é mais ou menos isto que me apetecia dizer sobre a escandaleira que graça no universo da panificação e que, até agora, ninguém tinha denunciado.

26 outubro 2011

Os ratos são sempre os primeiros a abandonar o navio... e ainda bem!


Olha que feliz que eu estou !!!
Já agora que leve o Granger, e aquela outra que tem um megafone embutido na garganta (a qualquer coisa Pinheiro) e os do programa da manhã da TVI, que não se calam nem um bocadinho.
Ah! E não se esqueça da farpela que surge na foto, que lá deve fazer um figurão nas entrevistas de emprego.



24 outubro 2011

Partir em caso de emergência? Garanto que eu não partia nada

De regresso!
E ainda ando à procura de adjectivos para descrever a sensação de estar a 3 metros de uma manada de elefantes "in the wild".
Esta é a única situação em que eu não partia o vidro em caso de emergência. Aliás, se houvesse uma emergência era porque um destes "bichos" nos tinha partido o vidro... e era usada um tromba com toda a certeza.:)) Kruger Park 2011

13 outubro 2011

Medidas de austeridade obrigam a alterar ditados populares

Face aos acontecimentos mais recentes, o Antifalsidades entende que alguns ditados estão já desactualizados e propõe algumas alterações:

O Natal é quando os economistas quiserem!
Grão a grão enchia a galinha o papo.
A galinha do vizinho está tão magrinha como a minha.
A montanha pariu um Coelho.
Todas as ocasiões vão fazer o ladrão.
Antes a morte que tal corte.
Comer e cortar é só começar.
É difícil aos Troikanos agradar aos Gregos
No cortar é que está o ganho
Quando vê a esmola o santo até se arrepia
Em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão (Ah! parece que este não é necesário alterar pois já está adaptado aos tempos que correm)

E assim por diante :).

Caros leitores vou estar ausente por uns dias em local onde não vou ter Internet. Voltarei a 22 de Outubro. Voltem também! Bjs e abraços

11 outubro 2011

A selecção portuguesa e a analogia com país

A selecção portuguesa não deixa de ser o espelho do país:

Os convocados são sempre os amigos ou os recomendados pelos amigos  
Buracos a aparecer em todo o lado… da defesa
Falta de produtividade… ofensiva
Enorme défice… de ideias no banco
Escassez de organização…no meio do campo  
Os jogadores são todos muito bons tecnicamente, como os economistas lusos, mas na prática ainda nunca ganhámos nada com isso
Ausências injustificadas ao serviço… só por não lhes apetecer ( Dani e Ricardo Carvalho)
Querem resolver os problemas todos sempre depressa demais agora… porque alguém errou no passado
Para que se acabe com a crise… de golos contam sempre com os mesmos que já não conseguem contribuir com mais  (Postiga e Nuno Gomes)

09 outubro 2011

Como escrever um texto com uma fartura de porras, sem dizer um único palavrão


Apraz-me saber que no meio de tanta de fast food, as farturas e as porras ainda dão um ar tipicamente português aos bares das feiras invadidos por cachorros, hambúrgueres, popcorns, waffles, néones de cor violeta e televisores gigantes sintonizados nas novelas da TVI, insuficientes, mesmo assim, para albergar todo o peito da Alexandra Lencastre. 

A patológica curiosidade do Antifalsidades, pouco frequentadora de feiras municipais, centrou-se obviamente em descortinar o que raio seria uma porra e o porquê do peito da Alexandra não caber ainda nos modernos ecrãs gigantes. A segunda dúvida não tive tempo de esclarecer, até porque ia acompanhado pela minha companheira e ela não é muito dada às novas tecnologias mas, após pagar dois euros pela conversa com a vendedora de porras de nacionalidade brasileira (que no seu país não se deve alongar muito sobre a sua profissão), concluí que a porra tem sido muito subestimada.
É sempre associada a um termo do calão que significa “espanto” ou “aborrecimento” quando, na verdade, deveria ser eleita como uma unidade de medida universal e usada oficialmente como termo de comparação. “Como assim?”, perguntará o leitor.
Eu explico. Esta conclusão resulta do número de pessoas que ouvi na feira a usarem o termo como referência abstractamente absoluta em frases como:
“Isto sabe mal como à porra”, “É caro como a porra”, “Está quente como a porra”, “As farturas têm óleo como a porra”, “Os churros são pequenos como a porra”, “No bar em frente vendem-se hambúrgueres como a porra”ou ainda “A Alexandra Lencastre está boa como a porra”.
Ou a capacidade de síntese que a palavra encerra, patente nas respostas de algumas personalidades que só vêem a TVI, quando questionadas sobre os efeitos da crise. A resposta é invariavelmente: “Isso agora é que é uma porra!” e “Não sabemos que porra havemos de fazer para isto melhorar!”. A prova da importância desta palavra é que nós, mesmo sem ver a TVI, sabemos o que isto quer dizer.
Até os mais nacionalistas podem diplomaticamente fazer valer as suas aversões sem chocar os mais liberais quando, indignados, perguntam: “O quê? O churro é um doce espanhol? E porque é que vendem aqui essa porra?” ou “Mas que raio de porra são as Waffles?”
Para os mais puristas da língua advirto já que não intentem reformar este termo e substitui-lo por sinónimos que demonstram “aborrecimento”. “Aborrecimentos” nem dados nós queremos, quanto mais se tivermos de pagar a porra de dois euros para os ter!
Se o termo “porra” fosse eleito, como merece, um dos mais importantes do nosso português eu, por exemplo, já não levava a mal quando os meus leitores com espanto indagassem:
 “Mas que porra de texto vem a ser este?”

04 outubro 2011

A primeira medida para diminuir o défice

Quer-me parecer que esta é já uma medida para combater o défice das Estradas de Portugal. Poupar nas placas de sinalização!
E o facto de abrandarmos para conseguirmos ler tudo é igualmente bom para poupar combustível... 

01 outubro 2011

Em busca da origem das espécies energúmenas

Para tentar perceber o porquê de Portugal estar sempre a falhar e o porquê de termos alguns personagens, que nos conduziram ao longo dos séculos a esta situação (não interessa copiar para aqui as duas folhas A4 com os energúmenos e energúmenas que descobri), li a "Origem das Espécies" do Darwin para tentar descortinar de onde veio toda essa gente. (Era só para não ler a história de Portugal do grande José Mattoso em 12 volumes que não tenho tempo).
Não encontrei explicação mas posso resumir aqui o que li e a conclusão a que cheguei:

                   A criação do homem antes de Darwin:


                  A criação do homem depois de Darwin:


E agora vou ler o Acto de Contrição três vezes e rezar quatro Avé Marias para me redimir desta blasfémia. Bjs e abraços e até amanhã se Deus quiser!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...