13 outubro 2010

DA MINHA SENSIBILIDADE SOBRE PLANTAS...

Já aqui me pronunciei sobre a minha sensibilidade para as artes da decoração e prometi que iria discorrer igualmente sobre a sensibilidade que nutro relativamente às plantas.
Pois então lá vai:

Não percebo quase nada de plantas ou flores! Sei apenas que requerem um pouco de atenção e é uma relação que necessita de ser cultivada, como nas relações amorosas. Sei igualmente que não se pode dormir com muitas no quarto por causa de determinadas doenças que podem causar, tal como nas relações amorosas.

Depois nunca perdoei o facto de, aos quinze anos, ter que decorar todos aqueles nomes técnicos e saber mais sobre a reprodução das plantas do que a dos seres humanos. Ele era o gametófito, o esporófito, os esporos, o endosperma, o carpelo, o estame, a sépala, o pedúnculo e o receptáculo e, sobre meninas, nada!

A analogia mais próxima com a cópula, era quando o professor repetia várias vezes que o “esporófito era depositado no receptáculo”. Podíamos saber perfeitamente que, o estróbilo vegetal só existe nas gimnospermas, mas, para se saber como o espermatozóide chega ao óvulo, tínhamos que recorrer a revistas da especialidade estrangeiras e com um desdobrável no meio. Como era tudo escrito em estrangeiro, fitávamos apenas as imagens…

Mas voltando ao assunto, da última vez que visitei um jardim, bem tentei saber um pouco mais sobre plantas, mas a difícil linguagem botânica não ajudou muito a que eu fixasse toda a panóplia de designações, com excepção de algumas que, estavam inscritas nas placas descritivas claramente para prender a atenção do leitor. No fundo para aumentar as "audiências", apimentando tal linguagem que, sem um dicionário por perto pode desmotivar qualquer um. Eis alguns exemplos:




Vejamos então se não tenho razão. Porquê usar num texto botânico as seguintes expressões: “porte estendido esférico”, “lustroso na parte superior” e com “glande comestível”, “caule erecto” e “tufo na extremidade do caule”, senão para chamar a atenção e expor despudoradamente a anatomia vegetal?

E porque se chama à castanha uma “glande comestível”? Quem é que inventou estas analogias para aí no séc. XV e a inquisição/censura deixou passar?

Deixo aqui então estas questões com esperança que se reflicta sobre isto e se esclareça a maior parte dos cidadãos sobre a dicotomia da linguagem botânica, para nos começarmos a habituar à ideia de, no São Martinho pedir na esquina da rua, uma dúzia de glandes comestíveis quentes e boas, sem que fique toda a gente a olhar para nós…
Quando tudo isto for resolvido talvez eu passe a prestar mais atenção às flores!
E é tudo sobre a minha sensibilidade sobre a flora. Boa noite.

3 comentários:

  1. Encontrei este teu blogue e dei de caras com alguns textos que me fizeram rir e que são muito originais. Este então está delicioso. Abraço e vou voltar mais vezes.
    FF

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  2. Ui! Muito bom, amei.

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  3. Obrigado José bem-vindo. Anónimo não precisas amar basta que gostes só um bocadinho...:)

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