18 setembro 2011

Considerandos estratégicos militares (ou História contada por um leigo).

Vou iniciar este post com uma declaração escândalo que vai fazer estremecer as relações luso-chinesas. Depois de ter estado na grande muralha da China cheguei à conclusão que não necessitavam de ter perdido tanto tempo, dinheiro e vidas humanas para construir algo que não careciam e que, ao que tudo indica, não resultou.

Não sou grande estratega militar mas construir não sei quantos mil km de muralha em montanhas, foi pura perda de tempo. Não sei se já viram fotos da muralha. Não encontram nem um bocadinho numa zona plana.

Então, as tribos nómadas invasoras vinham por ali a cima com os seus tarecos e, ao fim de largos meses de viagem tentavam passar a muralha, para depois descer para ao outro lado, demorando mais uns meses? Se fosse eu tentava contornar por uma zona plana, até porque as montanhas só por si já são um paredão!
“Ah”, podem retorquir os leitores, “também servia para os chineses se deslocarem e levarem mercadorias”. Sim, isso é tudo muito bonito na teoria. Tentem lá ir, levar mais do que uma mochila com água e olhem para os milhões de degraus que têm à vossa frente. Eu aguentei mais ou menos uns trinta mil degraus e a única coisa que não me dói é a língua porque a partir dos 2000 degraus fui sozinho e não falei com mais ninguém!


Eu vou até mais longe. Derivado a esta obra pública e consequentes dívidas supervenientes, a China viveu na penúria durante séculos e só recuperou economicamente há cerca vinte anos, tal foi o esbanjar do erário público.
Nós por cá, não dilapidámos assim o dinheiro público. Para derrotar o exército do mais brilhante estratega militar da Europa, Napoleão, construímos meia dúzia de fortificações muito baratinhas em cada monte da zona de Torres Vedras, foi só esperar que eles passassem nos vales, e toma lá, “allez chez vous”.
Forte do Zambujal
O dinheiro poupado parece que só foi esbanjado anos mais tarde, entre 2004 e 2011, para construir um grande buraco na Madeira! Segundo os especialistas só vamos recuperar disto daqui a dois mil anos, tal como aconteceu com os chineses.

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