05 junho 2010

COMO É QUE EU CONTO ISTO SEM CONSPURCAR ESTE LONGO TEXTO, ONDE NÃO GARANTO QUE TUDO SEJA VERDADE E SEM QUE CONSIDERAREM QUE SEJA UMA PORCARIA…?

Se há uma realidade que está enraizada no nosso ADN e que caracteriza a nossa profunda portugalidade é a saudade, quando estamos fora, de pequenas coisas que temos no nosso país.
Segundo uma pesquisa que tenho vindo a fazer, com excepção da família e dos amigos, para 99,99% dos portugueses a comida é a primeira coisa de que se tem saudades. A seguir vem a casa, o carro, o canal Benfica e as novelas da TVI. (informo desde já, para evitar sanções, que esta sondagem não faz referência a todos aqueles requisitos legais para este tipo de estudo, os quais ainda não consegui fixar, pois passam sempre em letrinhas pequeninas ou o/a apresentador/a diz aquilo tudo muito depressa!).
Não está aqui incluído o programa do Gouxa, do qual não há muitas saudades, pois a sua partnaire tem uma gargantear equivalente ao comprimento de onda das ondas curtas e, por conseguinte, ouve-se até aos montes Urais, sem qualquer tipo de repetidor.

Não são 100% por cento porque eu, a partir de agora, faço parte de um restrito grupo que, quando vai para determinado país, tem logo saudades das…SANITAS que se usam em Portugal. Sim! Das sanitas, que tem apenas uma prudente porção de água no sifão para impedir a passagem dos fedores provenientes das canalizações.

É que no país que recentemente visitei, as sanitas têm um autêntico reservatório de água visível que, se percebermos um pouco de Física e de higiene íntima, não as tornam nada práticas.
É melhor verem a foto da sanita do meu quarto de hotel para se entender que tenho razão. Afianço desde já, peremptoriamente, que é a primeira vez que tiro uma foto ao âmago de uma sanita (as coisas que se fazem por um blogue!):



Para se entender a minha adoração pelas sanitas tugas, lançava aqui três questões simples, que servem de revisão sobre as aulas de Física, do secundário :
Um corpo sólido quando atinge água em estado líquido faz sempre ploc, certo?
Quase na mesma fracção de segundo, o estado de repouso da água em estado líquido altera-se e faz splash, certo?
E quanto mais perto essa água estiver do nosso corpo mais se molha com o splash, certo?
Creio que já se entendeu onde queria chegar…

Então porque é que as Sanitanas e as Rocas lá do sítio não contratam Físicos com o intuito de explicarem estes fenómenos aos designers de louças de casa de banho, precavendo assim futuros constrangimentos íntimos e acabando com esta imundície. Quem terá sido o TOTO que inventou isto e deu logo nome à empresa?



Não quero entrar em grandes detalhes sobre a minha higiene íntima, mas como a maioria de nós sou asseadinho, o que se vê pela imagem da sanita que usei. Há dias até em que, sem motivo aparente, tomo banho e borrifo aleatoriamente pelo tronco um pouco de água de colónia daquelas mais baratas (Denin ou lá o que é!). Usava uma mais cara (da Avon parece-me…) mas agora tenho que pagar a assinatura da Sport TV devido ao mundial e, nos tempos que correm, temos que definir prioridades. Por isso compreendem a minha desconfiança, quando tinha que usar este equipamento sobretudo nas casas de banhos em que não existia um bidé…

A partir de agora vou dar o relevante valor a uma sanita, que sempre me pareceu um objecto com ligações obscuras, contendo zonas de difícil acesso onde, segundo os anúncios, se acumulavam milhares de seres bexigosos invisíveis, oriundos das zonas mais intestinas, e que só morriam com o esguicho esverdeado proveniente de uma embalagem esquisita em forma de bico.

Em criança, pensava até que o buraco da sanita era uma das zonas mais vulneráveis da casa. Trancar a porta, fechar janelas, baixar a tampa da sanita e colocar uma embalagem de WC pato verde (o rosa era para as meninas!) debaixo da almofada, eram os procedimentos de segurança habituais antes de dormir...Agora, que ultrapassei este trauma, vou colocar o livros que tenho do MEC, “Toda a Mafalda” e todos os volumes do “Menino Nicolau” na casa de banho, para privar mais com minha sanita tuga…divertidamente!

6 comentários:

  1. Acabaste de me arrancar umas valentes e saborosas gargalhadas!! Prometo voltar :-)
    Carla

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  2. Olá! Serás sempre bem-vinda. Penso que os próximos posts serão mais asseados e não existirá tanta trampa...:)

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  3. Curiosamente, quando vou para fora também costumo ter saudades da sanita, principalmente da que tenho lá em casa, porque já está adaptada à forma do meu rabo. EH!EH! Mt bom. Bjs Catarina

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  4. Pensava que isso da adptação às nossas formas só acontecia com as almofadas...vou fazer uma pesquisa sobre isso...para ver se existem sanitas portáteis, resolvendo assim o nosso problema..:)

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  5. César Inácio07/06/10, 15:34

    Caro Octávio!
    O meu abraço.
    Adorei!

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  6. Olá César bem-vindo. Abraço e que continue tudo a correr bem por aí.

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